segunda-feira, 3 de novembro de 2008

A base de todas as indústrias

Conforme é sabido, os bens de equipamento encontram-se na base de todas as indústrias.

Infelizmente, o Estado português parece tardar em ter consciência dessa verdade inquestionável.

No editorial da última edição da “TecnoMetal”, o Presidente da Direcção da AIMMAP abordou esse importante assunto.

Tendo em conta a pertinência da posição pelo mesmo defendida, transcreve-se nas linhas subsequentes o referido editorial.

"Bens de equipamento

No momento em que esta edição da “TecnoMetal” é distribuída, está a ter lugar, na Exponor, a 12ª edição da “EMAF – Exposição Internacional de Máquinas-ferramentas e Acessórios”.
Este certame tem merecido ao longo das suas sucessivas edições um importante e crescente apoio da AIMMAP.
Inclusivamente, tal como é sabido, a AIMMAP constituiu internamente em 2004 a chamada “Comissão EMAF”, a qual, integrada por representantes da AIMMAP e por diversos expositores portugueses, tem vindo a contribuir decisivamente para o sucesso da feira ao longo das últimas edições.
Naturalmente, esta postura da AIMMAP decorre do facto de estar convicta da importância do certame para os fabricantes portugueses dos subsectores pelo mesmo abrangidos.
E queremos sinceramente, enquanto legítimos representantes de tais fabricantes, tudo fazer no sentido de acautelar devida e permanentemente os seus interesses.
Nesse sentido, aproveitando a oportunidade da realização deste certame, gostaria de chamar a atenção para a importância estratégica na economia portuguesa não só das máquinas-ferramentas em particular mas também dos bens de equipamento em geral.
Nenhuma economia poderá ser verdadeiramente competitiva se não fabricar com qualidade os equipamentos que se encontram na base de todas as indústrias.
O fabrico dos bens de equipamento é pois verdadeiramente estruturante em qualquer economia evoluída.
Tal como sucede em geral relativamente a todo o sector metalúrgico e metalomecânico, também neste âmbito mais específico dos bens de equipamento continua a verificar-se que o Estado português tem alguma dificuldade em compreender a respectiva importância.
Aliás, é visível que o Estado português continua a não encarar esta indústria como uma das suas prioridades.
Veja-se a esse propósito, aliás, as iniciativas a que o mesmo se associa e facilmente se constata que nunca esta indústria fundamental para o país é sequer citada.
Esta permanente indiferença suscita a maior perplexidade. Afinal de contas, o sector metalúrgico e metalomecânico em geral e os fabricantes de bens de equipamento em particular são inequivocamente aqueles que mais contribuem para o acréscimo das exportações portuguesas.
Pelo que, na lógica seguida pelo actual governo de que apenas os melhores devem ser apoiados, esperamos que o Estado português finalmente desperte para a nossa incontornável importância no contexto da economia nacional.
Definitivamente, não estamos nem queremos estar de mãos estendidas à espera de subsídios. Pelo contrário, limitamo-nos a exigir o cumprimento daquilo que nos é devido, reclamando os incentivos e estímulos que a nossa própria importância justifica.
António Saraiva
Presidente da Direcção da AIMMAP"