terça-feira, 1 de setembro de 2015

Por trás de uma notícia boa nem sempre está uma boa notícia…

É público que os juros de crédito concedidos às empresas estão hoje em mínimos de 15 anos.
Esta notícia boa esconde no entanto questões preocupantes como refere Aníbal Campos, Presidente da AIMMAP no seu editorial da Tecnometal. É que para além dos juros baixos serem só para algumas (poucas!) empresas, continuam bem longe dos juros médios dos nossos concorrentes europeus, com implicações óbvias na nossa competitividade. Quando se trata de encarar estímulos às economias dos estados membros nem toda a Europa é igual. Há uma mais igual que as outras… Veja o editorial completo aqui

"Os juros do crédito às empresas

A comunicação social noticiou que os juros do crédito concedido às empresas portuguesas caíram para mínimos de 15 anos. Esta é porém uma notícia apenas parcialmente positiva.
Com efeito, é verdade que, desde que existe euro, teoricamente nunca as empresas portuguesas pagaram juros tão baixos.
Mas infelizmente, escondidos sob essa boa notícia genérica, há alguns dados que se mantêm preocupantes.
Na verdade, os juros baixos são privilégio de poucas empresas. E para que as taxas de juro médias sejam baixas como são, é preciso saber-se que isso acontece em Portugal, em parte, à custa de muitas empresas que nem sequer têm acesso ao crédito bancário.
Todos compreendemos que os bancos sejam prudentes na concessão de crédito à atividade empresarial. Mas o negócio bancário, por definição, terá de comportar alguns riscos. Ora, há um enorme número de empresas a quem os bancos pura e simplesmente não emprestam dinheiro. Pelo que o grosso do crédito concedido está excessivamente concentrado num número muito limitado de empresas – que são aquelas que não apresentam quaisquer riscos.
Naturalmente, esse é um fator que potencia a diminuição das taxas médias de juro a mínimos históricos. Mas convém todavia não tomar a nuvem por Juno e extrapolar de imediato que todas as empresas nacionais viram resolvidos, de repente, os seus problemas de financiamento.
Tão ou mais inquietante do que o atrás exposto será verificar-se que, ainda assim, apesar de os juros médios estarem alegadamente tão baixos, as empresas portuguesas suportam em tal âmbito custos muito superiores aos das suas congéneres europeias.
Para sermos mais precisos, em média as empresas portuguesas pagam em juros o dobro daquilo que é pago pelos seus concorrentes europeus.
Ora, é chocante que empresas portuguesas com balanços idênticos e riscos semelhantes aos oferecidos por empresas belgas, alemãs ou dinamarquesas paguem uma taxa de juro muito superior às de que estas últimas beneficiam.
Estas disparidades não só geram distorções intoleráveis em sede de concorrência como contrariam todos os princípios que supostamente estruturam o, por estas e por outras semelhantes, cada vez mais desacreditado projeto europeu.
Naturalmente, relativamente a esta questão, a responsabilidade não pode ser totalmente assacada aos bancos portugueses, pois a verdade é que, em média, também para estes, o custo do acesso ao dinheiro é superior ao suportado pelos seus concorrentes noutros países europeus.
Trata-se de uma perversão que terá de ser corrigida pelos burocratas de Bruxelas e de Frankfurt, os quais continuam a ser fortemente restritivos com o equilíbrio das contas públicas mas ignoram ostensivamente disparidades tão chocantes com estas.
A Europa impõe obrigações idênticas a todos os estados membros. Mas quando se trata de encarar os estímulos às economias desses mesmos estados faz vista grossa às disparidades e às desigualdades de tratamento.
Sinceramente, começa a ser cada vez mais difícil acreditar na genuinidade dos argumentos de todos aqueles que continuam a apregoar os benefícios da Europa unida e do mercado único.
Neste cantinho europeu, apesar do extraordinário esforço das nossas empresas, continuamos a ser penalizados a todos os níveis. O acesso ao crédito, os juros pagos, as certificações nacionais, as diferentes legislações que regulam os transportes rodoviários, o custo da energia e a enorme panóplia de barreiras artificiais que os países mais poderosos andam cada vez mais empenhados em criar, são indícios claríssimos de que a intenção de alguns é a de que haja filhos e enteados. Na verdade, conforme se constata, a Europa, quando nasce, não é para todos.
E o mais revoltante é que os nossos políticos continuem entretidos em campanhas eleitorais permanentes e não se deem conta dos males que estão a ser causados à nossa economia. Eu bem sei que o peso de Portugal é muito pequeno, mas será que não poderiam ao menos assumir o grito de revolta que cada vez mais nos asfixia a alma?
O Presidente da Direção
Aníbal Campos"

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Formação profissional em perigo

A formação profissional, concretamente a proporcionada pelo CENFIM, tem sido um dos pilares principais para o sucesso sustentado do sector metalúrgico e metalomecânico.

Recentemente o CENFIM comemorou os seus 30 anos ao serviço da indústria organizando uma sessão pública com 1200 formandos, ie, uma pequena parte dos 14.000 que anualmente passam pelo centro de formação. Todos eles têm já um posto de trabalho adequado às suas competências e aspirações.

O Presidente da AIMMAP, Aníbal Campos, está preocupado pois todo este trabalho está a ser posto em risco pelo actual Ministério da Educação, com uma medida suicida e meramente economicista para financiar as escolas e a gordurosa máquina do Ministério da Educação. É chocante. Veja porquê no editorial da Tecnometal aqui

"Gestão irresponsável da formação profissional

Tal como temos sublinhado repetidamente, os extraordinários números das empresas do setor metalúrgico e metalomecânico não surgiram por acaso.
Pelo contrário, são o resultado da competência, do esforço e da determinação de um vasto conjunto de atores.
Em primeiro lugar, como é óbvio, das próprias empresas, as quais souberam implementar estratégias inteligentes de aposta na qualidade e na diferenciação.
E em segundo lugar das entidades de suporte ao setor, com especial destaque para a AIMMAP, o CATIM e o CENFIM.
Sem vaidades excessivas mas igualmente sem falsas modéstias, tenho todo o gosto em enfatizar a qualidade das iniciativas promovidas por tais entidades em prol do setor que representam e das empresas que servem.
E não tenho quaisquer dúvidas de que as nossas empresas de sucesso têm absoluta consciência da importância do trabalho de tais organizações.
No passado dia 15 de maio, o setor teve oportunidade de assistir à concretização de um evento verdadeiramente marcante, organizado precisamente por uma dessas instituições de serviço à indústria metalúrgica e metalomecânica.
Em Santarém, o CENFIM levou a efeito, no âmbito do programa de comemorações do seu trigésimo aniversário, uma importante sessão no âmbito da qual, entre várias outras iniciativas, foram apresentados projetos de empreendedorismo dos seus alunos e premiados os formandos que mais se destacaram nos campeonatos das profissões da lusofonia.
Participaram na sessão cerca de 1.200 formandos do CENFIM, com a particularidade de todos eles terem a garantia de que no final dos seus cursos terão um posto de trabalho adequado às suas competências numa das muitas boas empresas do setor metalúrgico e metalomecânico.
Aqueles são apenas uma parte das 14.000 pessoas que anualmente frequentam as ações de formação realizadas nos 13 Núcleos do CENFIM.
Na verdade, o CENFIM tem desempenhado um papel fundamental na qualificação dos recursos humanos das empresas do setor metalúrgico e metalomecânico.
Trata-se do maior e mais qualificado centro de formação profissional no nosso país e contribui decisivamente para que as exportações das nossas empresas continuem a aumentar.
Infelizmente, as políticas do governo vão impedir totalmente que o CENFIM continue a acrescentar valor ao mais importante setor da economia portuguesa.
Tal como é sabido, o governo português vai esvaziar completamente os centros protocolares de formação profissional e prepara-se para transferir todas as suas competências para a rede de escolas do Ministério da Educação.
Por responsabilidade exclusiva de atual Ministro da Educação, os centros de formação em geral e o CENFIM muito em particular vão deixar de poder continuar a ministrar cursos de aprendizagem para jovens. Pelo que vão ser objetivamente impedidos de cumprir a sua vocação. E o mais grave é que, em consequência, ficam impossibilitados de contribuir para o crescimento de economia.
Com efeito, o Ministério da Educação entende que esses cursos de formação profissional que o CENFIM tem vindo a promover com extraordinário sucesso devem passar a ser realizados pelas suas escolas.
E nesse sentido prepara-se para impedir que os centros protocolares lhe possam fazer concorrência, proibindo-os legalmente de continuarem a fazer o que sempre fizeram em benefício da economia portuguesa.
Esta é uma medida absolutamente inacreditável num estado de direito, sendo irresponsável e mesmo suicida.
Ao querer atribuir às escolas do Ministério da Educação a competência para promover cursos de formação profissional, o governo quer fundamentalmente sequestrar as verbas que o Portugal 2020 tem destinadas ao apoio à qualificação dos trabalhadores.
Ou seja, o governo pretende dessa forma resolver os problemas de financiamento da máquina do Ministério da Educação. Como é incapaz de a reorganizar, de a tornar eficiente e de lhe reduzir os custos de funcionamento, tenta estas habilidades para manter tudo como está.
Na prática, o governo impede os centros protocolares de formação de continuarem a cumprir com mérito a sua vocação, para assim poder chamar a si as competências em sede de formação profissional e dessa forma poder aceder aos fundos que o novo quadro comunitário tem previstos nesse âmbito.
É chocante que o governo liquide a atividade de entidades de excelência como o CENFIM.
É lamentável que em seguida substitua tais entidades por escolas sem qualquer competência ou vocação para o efeito.
É triste que essas habilidades sejam motivadas por critérios meramente economicistas.
E é verdadeiramente assustador que tais habilidades sejam idealizadas, concebidas, preparadas e implementadas sem que num só segundo se tenha pensado nos interesses das empresas, dos trabalhadores, dos jovens e da economia nacional.
Se tudo isto vier a concretizar-se será bom que o país comece a fixar o nome do atual Ministro da Educação, o qual ficará na história como o principal responsável pela destruição da formação profissional no nosso país, o que, inevitavelmente, irá fazer definhar a nossa economia.
Para que se perceba melhor, essa será uma medida tão ou mais grave do que aquela que, na década de setenta, acabou com as escolas industriais em Portugal.
O Presidente da Direção
Aníbal Campos"

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Mais e melhor internacionalização

Como tem sido amplamente divulgado, o ano de 2014 foi o melhor ano de sempre para o setor metalúrgico e metalomecânico no que ao valor de exportações diz respeito.

O setor não só exportou mais como também registou um crescimento assinalável no número de empresas que se internacionalizaram.

Este facto resulta, em primeiro lugar, do esforço das empresas mas também de uma estratégia combinada de fatores, de que a contratação de quadros qualificados, a prospeção de oportunidades ou a incorporação constante de inovação nos processos e nos produtos, são exemplo.

Aníbal Campos, Presidente da AIMMAP destaca ainda no seu editorial da TECNOMETAL, o papel das entidades de suporte, CATIM e CENFIM em conjunto com a AIMMAP, na concretização desta estratégia. Estas entidades têm sido essenciais para a estratégia de internacionalização das empresas.

Veja aqui o editorial completo do Presidente da AIMMAP

"Consolidar a internacionalização do setor metalúrgico e metalomecânico

Os excelentes resultados das exportações do setor metalúrgico e metalomecânico em 2014 surpreenderam muito boa gente eventualmente menos atenta à trajetória ascendente das vendas ao exterior da nossa indústria ao longo dos anos anteriores.
Na verdade, o ano de 2014 foi no domínio das exportações o melhor de sempre deste setor. Tal como tem sido profusamente divulgado nos mais diversos órgãos de comunicação social, a indústria metalúrgica e metalomecânica nacional exportou cerca de 13,8 mil milhões de euros, o que representou um crescimento de 9,6% face ao ano anterior.
A questão que muitos têm formulado a esse respeito é a de saber se o setor tem condições para continuar a crescer nessa vertente das exportações. Pelo que importaria deixar aqui registado o entendimento da AIMMAP.
Ora, o ano que recentemente findou destacou-se não só pelo facto de o volume de exportações ter crescido como também pelo facto de ter aumentado o número de empresas exportadoras.
Esse maior número de exportadores é resultado em primeiro lugar do trabalho das próprias empresas, as quais têm procurado dotar-se cada vez mais dos instrumentos indispensáveis para competir nos mercados de exportação.
Nomeadamente, em primeiro lugar há a registar um trabalho mais eficaz na prospeção de oportunidades e de potenciais clientes.
Por outro lado, sublinha-se a aposta na contratação de colaboradores mais qualificados para trabalhar a vertente do comércio exterior.
E finalmente, há uma aposta cada vez mais consolidada na incorporação de inovação nos próprios produtos que as empresas disponibilizam ao mercado.
Mas para além do trabalho efetuado diretamente pelas próprias empresas, releva neste domínio o trabalho das entidades de suporte existentes no setor.
A AIMMAP enquanto associação, o CATIM enquanto centro tecnológico, o CENFIM enquanto centro de formação e a CERTIF enquanto entidade certificadora, são excelentes exemplos de um trabalho dedicado e competente em prol da internacionalização das empresas do setor.
Todas essas entidades, na área ou áreas para as quais se encontram mais vocacionadas, têm efetivamente contribuído de forma decisiva para que as empresas se sintam mais esclarecidas quando decidem apostar na internacionalização.
Todo este ambiente é pois absolutamente propício para que cada vez mais empresas neste setor possam triunfar nos mercados externos.
E por isso mesmo, respondendo à questão que acima reproduzimos, a nossa convicção é a de que, efetivamente, há todas as condições para que o volume de vendas ao exterior das nossas empresas continue a crescer.
Em todo o caso, para que isso suceda efetivamente, é absolutamente necessário que prossigamos o esforço notável que temos desenvolvido ao longo dos últimos anos.
Mais do nunca, continuam bem presentes os três eixos prioritários do programa de candidatura da lista que liderei aos órgãos sociais da AIMMAP há já cerca de 5 anos: internacionalização, inovação e formação.
Na verdade, o fortalecimento do nosso setor passa necessariamente, em primeiro lugar, pela consolidação do processo de internacionalização de um número crescente de empresas. Aliás, o sucesso dessas empresas exportadoras será igualmente o sucesso das inúmeras empresas que são suas fornecedoras.
Mas por outro lado, esse processo de internacionalização, mais do que nunca, tem de ser alicerçado numa robusta aposta na inovação e na formação e qualificação dos nossos recursos humanos.
Esse é o caminho que preconizamos. Estamos certos de que as nossas empresas também já o apreenderam. E continuaremos, em profunda articulação com o CATIM e o CENFIM, a proporcionar às empresas as melhores ferramentas para que esse caminho seja trilhado com êxito.
O Presidente da Direção
Aníbal Campos"

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Investir em contraciclo: mais uma “inovação” do setor metalúrgico e metalomecânico

Num contexto económico e político particularmente adverso, o setor metalúrgico e metalomecânico tem-se destacado por continuar a investir, mesmo em contraciclo.

Nunca é demais lembrar que este é o setor que mais investe em inovação, em PI ou formação profissional, mas também em equipamentos e instalações, sempre com o objetivo da competitividade e reforço das exportações.
É este esforço das empresas que o Presidente da AIMMAP assinala no seu editorial da TECNOMETAL que os convidamos a ler e refletir aqui.


"Investimentos em contraciclo

A AIMMAP tem uma relação muito próxima com as empresas suas associadas, fazendo questão de as acompanhar, apoiar e estimular no âmbito das mais variadas iniciativas pelas mesmas implementadas.
Nesse contexto, a nossa associação é testemunha privilegiada do enorme empenho com que uma parte significativa das empresas do setor metalúrgico e metalomecânico tem procurado investir na sua modernização e também na sua diferenciação face à concorrência.
As nossas empresas têm efetivamente desenvolvido um trabalho ímpar em tal domínio. Continuando a assumir-se como o setor que mais investe em fatores imateriais como a inovação, a propriedade industrial ou a formação profissional, a indústria metalúrgica e metalomecânica tem-se também destacado cada vez mais por investimentos assinaláveis em novos equipamentos ou mesmo em instalações.
Inclusivamente, a própria comunicação social tem reconhecido esta performance muito positiva do setor, chamando frequentemente a atenção dos portugueses para os investimentos realizados pelas nossas empresas.
Tais investimentos seriam sempre, em qualquer circunstância, dignos de referência muito positiva.
Mas o que os torna especialmente relevantes é o facto de estarem a ser realizados num momento em que a economia portuguesa atravessa evidentes dificuldades.
Verifica-se assim que esse esforço das nossas empresas é efetuado verdadeiramente em contraciclo, num contexto económico e político particularmente adverso.
Ao enfatizar tal circunstância não pretendo de forma alguma sugerir qualquer espécie de vitimização do setor ou de reclamar que a nossa indústria está a sacrificar-se pelo país.
Pelo contrário, quero, sim, chamar a atenção para o facto de, pelo menos na nossa opinião, as nossas empresas estarem no caminho certo.
Desde há muito que a AIMMAP tem vindo a defender que a aposta na diferenciação é a estratégia mais adequada para o sucesso da indústria portuguesa.
E desde há muito também que a AIMMAP tem vindo a assumir que a consolidação da economia portuguesa passará inevitavelmente por um forte crescimento das nossas exportações.
De igual modo, temos vindo a sustentar com inequívoca assertividade que as duas questões atrás referenciadas se encontram absolutamente articuladas, uma vez que a concretização de projetos vencedores no domínio da internacionalização apenas será possível através de estratégias de diferenciação aos mais variados níveis.
As nossas empresas têm corporizado de forma brilhante essa estratégia. Cada vez mais se distinguem e diferenciam face à concorrência global. Em consequência, afirmam-se de forma crescente nos mercados a que se dirigem.
Mas tudo isso apenas tem vindo a ser possível em resultado da prévia realização de investimentos verdadeiramente estratégicos. Sem inovação ou propriedade industrial dificilmente haverá diferenciação. Sem novos equipamentos com maior incorporação tecnológica dificilmente serão cumpridos os patamares de qualidade exigidos pelos clientes a que a nossa indústria se dirige. Sem formação profissional adequada dificilmente poderemos aproveitar as potencialidades dos equipamentos. E sem inovação, formação, equipamentos e boas instalações dificilmente poderemos corresponder com qualidade às expectativas de quem compra português.
Espero sinceramente que 2015 seja um ano de consolidação desta aposta inequívoca no investimento por parte das empresas do setor metalúrgico e metalomecânico. Aliás, estou cada vez mais convicto de que esse é um caminho sem retorno.
O Presidente da Direção
Aníbal Campos"